segunda-feira, 16 de maio de 2011

Visita

Entre, sinta-se à vontade, sente-se, sirva-se de café, chá, aguá, bolo, o que quiser. Visita? Não, ele mora aqui, só que não é sempre. Gastar tardes e mais tardes sem fazer nada produtivo, porém fazendo coisas prazerosas. Mais uma xicara de café? Ah, eu pego um copo de refrigerante. Aquele morador-visita não voltou mais, deixou um copo vazio, pedaços de papel, migalhas de bolo e um jogo de xadrez em cima da mesa. Disse que ia, porém voltaria, até hoje não voltou, e sinceramente não vai voltar. Mas ele ainda mora aqui e não ouso mexer em nada, caso ele decida visitar, quero deixar tudo como ele está acostumado. É o comodismo. Queria eu fazer com que despedidas não existissem, que partidas fossem chegadas. É que aquele morador-visitante faz parte desse recinto, sem ele, não há recinto, apesar de a dona clamar por liberdade, mesmo querendo estar naquele quarto morno. Ela bebe uma xícara de café enquanto lê um livro e se perde em pensamentos sobre uma visita que gostaria de receber.

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