domingo, 30 de outubro de 2011

Não que o tempo passasse rápido - o tempo temporal - é que o psicológico sempre passou rápido demais quando te tenho ao meu lado. Mas não sei se o problema é esse, acho que o maior problema é ele se arrastar quando estamos longe.
- Palavras não bastam mais - disse.
- Não, não são o suficiente... Por isso gosto tanto quando estou em sua frente, um olhar e tudo o que se quer dizer é dito da melhor maneira possível - ele disse com a clareza da voz que só pode ser concretizada com um olhar.
Nada mais foi dito, não por não ter o que falar, mas simplesmente por não se fazer necessário, já que ficava claro com aquele silencio.

Seria bom se não precisasse me despedir, mas não falo de um "até amanhã" ou "até semana que vêm", mas sim de um "até não sei quando". Se fosse só um "até amanhã" eu não falaria isso... Mas por mais que isso seja ruim, traz um certo encanto... Um encanto que não se explica, só se sente. Ele me encanta.
- Queria que tu ficasse - ele falou contido.
Eu só o abracei, porque não tinha o que falar, acho que se falasse alguma coisa eu iria fazer justamente o que não queria e eu não posso me dar o luxo disso.

Não que eu seja uma pessoa que não sorri, mas sorrisos de verdade, são raros de conseguir me arrancar. Ele consegue. Pra falar a verdade, ele faz isso com facilidade, as coisas mais bobas me fazem rir como uma criança com um doce. É isso que eu sou quando estou com ele - acho - uma criança com um doce.
- Dúvido que tu consiga correr de costas - falei em tom desafiador e divertido.
- É?! Vou até o fim o quadra. - ele respondeu ainda mais desafiador.
- Veremos.
- Só me avisa se não tem ninguém atrás!
Eu deixei pra avisar no último segundo do mendigo que estava ali, mas ele já sabia. Engraçado é que conseguiu ir direitinho até virar, e quando virou tropeçou no meio fio. Eu ri, ri com gosto, não pelo que aconteceu, mas pela junção do que aconteceu e do jeito dele. Ele é engraçado.
Logo depois ele pegou minha mão e atravessamos a rua correndo.
- EU VOU MORRER! - eu falei em um tom um tanto quanto desesperado, mas me sentia segura, não que eu estivesse, já que ele é a pessoa mais atrapalhada que conheço, ma ele me passa segurança.
E eu fui, ambos rindo, sabendo de alguma coisa que só nós sabiamos. O que é? Eu não sei explicar.

É a primeira vez que posso ser espontânea sem que me critiquem ou olhem torto, mas que me siga e seja espontâneo. Eu gosto disso, é natural. Não que seja normal sair gritando pênis pelas ruas, mas o normal é chato, sem graça, tedioso. E isso é tudo que ele não é. Sempre tem algo novo, mesmo que seja algo já usado, mas de alguma forma é novo.

Torradas podem ser bem mais interessantes. Assim como um pote de nutella.
- Foto digna de tumblr.
- Com certeza!
A parte mais divertida não foi registrada, mas não precisa! Ver ele mais sujo que criança pequena comendo sozinha pela primeira vez é hilário. Não que eu não estivesse no mesmo estado, até porque acho que estava pior... Só que me faz, me faz, me faz! Minhas bochechas nunca doeram tanto.

É que deitar na grama e ver a chuva cair me faz feliz, ele me faz feliz.

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